Setor espera retomar o crescimento

Postada em: 03/02/2020

EXPECTATIVA - "Ninguém está falando de uma retomada forte", explica o

presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Pará, Alex Dias

 

O ano de 2019 foi considerado de reorganização profunda para o setor da construção civil, no Pará. De acordo com Alex Dias Carvalho, presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), após o período de crise enfrentado pelo segmento, com perdas significativas de postos de trabalho, de 2014 a 2018, houve uma estabilização na construção civil paraense, que espera agora, para 2020, consolidar um ritmo de crescimento, mesmo que pequeno.

De acordo com o último censo do Mercado Imobiliário de Belém e Ananindeua, realizado pela empresa Bureau de Inteligência Corporativa (Brain) e encomendado pelo Sinduscon-PA, somente de janeiro a setembro de 2019, oito novos empreendimentos imobiliários foram lançados nessas duas cidades, sendo três de janeiro a março e cinco de julho a setembro, mesma quantidade de lançamentos de todo o ano de 2018. No entanto, o número de unidades lançadas chegou a 4.043, de janeiro a setembro, sendo 1.022 verticais, 2.850 horizontais e 171 comerciais. Os números são superiores ao ano de 2018, quando 1.094 unidades foram lançadas em Belém e Ananindeua. Além disso, foram vendidas 1.584 unidades de janeiro a setembro de 2019, contra 905 em todo o ano de 2018. Das unidades lançadas ano passado, 794 são residenciais de padrão econômico.

 

“Clientes estão mais seguros para voltar

a investir em imóveis”, afirma o empresário

 

De acordo com Fábio Tadeu Araújo, sócio dirigente da Brain, Belém foi um dos destaques no Brasil em termos proporcionais de crescimento em relação a 2018, ficando pelo menos entre as quatro cidades com maior crescimento percentual do mercado imobiliário. Ele afirma que dois motivos influenciaram nesse resultado. “Um deles foi a retomada de lançamento Minha casa, Minha vida, em especial Ananindeua. O motivo dois foi o aumento forte de lançamento de loteamento. A soma desses dois segmentos, em especial, fez com que o mercado de Belém e Ananindeua crescesse”, avalia.

 

O presidente do Sinduscon, Alex Carvalho ressalta que o segmento depende de investimentos tanto do setor público, através dos governos federal, estadual e municipais, como do setor privado, que contribui com obras principalmente na área de mineração, agronegócio, logística e infraestrutura. Além do incremento positivo de investimentos, ele acredita que medidas, como a queda do juros imobiliário, devem gerar resultados positivos ao setor.

“Por outro lado, com a retomada da economia de um modo geral, o PIB do Brasil votando a crescer, esses clientes se sentem mais seguros também para voltar a investir em imóveis. Enquanto nós tivemos no começo de 2019 números pouco significante de novos lançamentos, ao longo do ano, tivemos um crescimento nesses números, em todas as faixas, tanto popular como mais altas”, declarou. “É um crescimento lento. Ninguém está falando de uma retomada forte. Com o efeito das medidas econômicas, o Brasil como um todo está reagindo dessa forma e o setor começar a dar essas respostas também”.

 

Por Keila Ferreira

Jornal O Liberal, Edição 2/2/2020

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