Dirigente do Sindicato da Indústria da Construção Civil denuncia aumento elevado dos materiais para obras e serviços públicos e privados

Postada em: 21/07/2020

"Não há espaço para negociar contratos decorrentes de aumento de preços de material", afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Pará (Sinduscon/PA), Alex Dias Carvalho. 

Ele se refere aos altos reajustes que os materiais de construção têm apresentado nos últimos meses, mesmo no cenário econômico de dificuldade durante a pandemia do novo coronavírus que o país e o mundo enfrentam. 

Alex Carvalho explica que, mensalmente o Sinduscon realiza um levantamento de preços do material utilizado pela construção civil, incluindo a relação de fornecedores e as demandas aleatórias das empresas associadas à entidade de uma forma mais ampliada.

O Sinduscon tem sido surpreendido com alguns aumentos, que segundo Carvalho, se não forem controlados, forçarão a um repasse de aumento para clientes, contratos vigentes, quer seja de ordem pública ou privada.

Para se ter uma ideia dos reajustes, ele cita alguns produtos utilizados, como blocos de telhas cerâmicas, cabos elétricos, cimentos e derivados, como armassa, esquadrias, PVC, cerâmicos e outros que chegaram a atingir até 34% de reajuste, um percentual que dificilmente uma empresa que firma um contrato inicial, com base nos valores dos materiais, poderar dar conta de manter as bases do acordo contratual.

Somente em cabos elétricos os aumentos já  alcançaram cerca de 14%. Outro produto que é a base de qualquer construção, o cimento, já está em média 6% mais caro somente no mês de junho. As empresas da construção civil em Santarém, no oeste do Pará denunciam que o preço do cimento está afetando as obras atuais e poderão afetar ainda mais os próximos contratos. Somente neste município o cimento já apresenta aumento de de mais de R$ 10.

Segundo Alex Carvalho, os fabricantes alegam vários motivos para o reajuste dos preços dos materiais, um deles a alta do dólar. Porém,  ele alerta que é preciso evitar o papel do atravessador e dos oportunistas, que por ventura estejam de aproveitando da pandemia e suas consequências na economia local.
 
Construção civil contribui com mais de 6% do PIB do país e comporta 34% das indústrias brasileiras 
 
Em 2019 o Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção civil cresceu 1,6%, interrompendo um período de cinco anos de desempenho negativo, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
A contribuição no PIB do setor ao país alcançou aproximadamente $53.2 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano de 2020.  A construção civil é de extrema importância na economia brasileira. Responsável por 6,2% do PIB do país, o mercado de construção civil representa 34% do total da indústria brasileira.
 
Porém, com os efeitos da pandemia, a tendência é de crescimento menor, apesar da estagnação em vários setores da economia, como estimam os especialistas.
 
Com o cenário econômico precisando acelerar para reverter as consequências da pandemia, Alex Carvalho propõe um mapeamento dos reajustes dos preços do material de construção para detectar que tudo que não houver justificativa plausível para crescimento dos precos seja coibido. Para isso, sugere o dirigente do Sinduscon, os órgãos competentes precisam atuar e esclarece que o sindicato não vai refutar em agir para que seja feito o controle da situação, a fim de evitar o caos, como falta dos produtos essenciais à atividade da construção civil e consequentemente desaceleração maior da atividade. "Temos que ter condição de entender que as contas públicas estão estouradas, não é ambiente para oportunismo", ressalta Carvalho.
 
"Temos que reunir, sentar e entender o que está acontecendo na cadeia produtiva", reafirma Carvalho.
Ele ressalta, que a construção civil abriga 62 outros segmentos da indústria e que juntos formam o setor que atua como um dos grandes indutores do crescimento da economia da região e do país. 
 
"Juntos estamos dizendo que não há espaço para negociar contratos decorrentes de aumento de preços. Para o momento que o Brasil está atravessando isso seria impossível. Isso serve de alerta para toda cadeia produtiva para que repense todas as estratégias de forma alinhadas", esclarece o presidente do Sinduscon/PA.
 
 

Fonte:https://www.romanews.com.br/cidade/aumento-elevado-dos-materiais-de-construcao-deve-ser-controlado/8

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