Projeto chega a 4 mil operários: Palestras previnem violência contra a mulher

Postada em: 09/01/2020

O Projeto Mãos à Obra, que orienta operários da construção civil sobre a prevenção à violência doméstica e familiar, alcançou, nesta segunda-feira, 07, o número de 4 mil trabalhadores participantes. Na manhã de hoje, cerca de 30 operários que trabalham na construção de um edifício na travessa Dom Romualdo de Seixas, no Umarizal, receberam informações sobre a lei Maria da Penha e sobre o trabalho desenvolvido pela Coordenadoria Estadual de Mulheres em situação de Violência Doméstica (Cevid), que tem à frente a vice-presidente do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), desembargadora Célia Regina Pinheiro.

Resultado de um termo de cooperação entre TJPA e o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom – PA), o projeto Mãos à Obra, promove palestras de sensibilização nos canteiros de obras, ambientes predominantemente masculinos.

“Na violência contra a mulher, a maioria dos agressores são homens. Então, é preciso falar sobre violência com eles, levar essa reflexão a eles”, diz a juíza auxiliar da Cevid, Reijjane de Oliveira, que participa das palestras juntamente com a pedagoga Riane Freitas. Segundo a juíza, a violência doméstica contra a mulher é causado pelo machismo, enraizado na sociedade e multiplicado culturalmente. Desde a infância, o espaço da casa é destinado à mulher e o espaço da rua aos homens. Consequentemente, o tratamento desigual de homens e mulheres gera no imaginário social uma ideia de superioridade do homem mediante à mulher, que se reflete nos relacionamentos, nos quais o homem é dominante e a mulher submissa. Com isso, o homem percebe a figura feminina como sua propriedade, e por isso compreende como natural agredi-la, assim como dispor de seu corpo como quiser.

“É necessário desconstruir essa cultura machista, que mata as mulheres e faz com que os homens reprimam sua afetividade, os desumaniza e tira deles a capacidade de demonstrar emoções. O machismo é que leva os homens a serem agressivos, é a cultura machista que faz os homens violentarem as mulheres, matarem as mulheres”, avalia a magistrada. Ao se defrontar com situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, a comunidade deve intervir e denunciar as agressões, ações que podem salvar a vida de uma mulher agredida, adverte a magistrada.

A programação de palestras sobre Violência Doméstica, durante o mês de outubro iniciou nesta segunda-feira, 07, e prosseguirá no dia 10, quinta-feira, em uma obra na Alça viária Km 48; no dia 21/10, com palestra sobre o Outubro Rosa, numa obra na avenida Rômulo Maiorana; e no dia 30/10, em locai a ser definido.

Fonte:http://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/imprensa/noticias/Informes/1004108-projeto-chega-a-4-mil-operar

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